Em uma entrevista aberta ao podcast Pod Scum, apresentado por “Reckless” Rexx Ruger, Jason Bittner, baterista do Shadows Fall e ex-membro do Overkill, falou sobre os motivos que o levaram a formar sua nova banda, Category 7, e explicou sua saída do Overkill após sete anos e meio, com muita transparência.
“Pra ser sincero, o que me motivou foi a minha insatisfação com meu papel no Overkill,” revelou Bittner (transcrição do Blabbermouth).
“Eu já não estava feliz na banda há uns dois anos. Não foi surpresa nenhuma eu ter saído. Eu já estava insatisfeito há muito tempo, mas sou do tipo que joga em equipe. Não gosto de abandonar as coisas. Eu amo os caras como pessoas. Então, fui levando, mas eu não estava feliz com minha carreira dentro daquela banda, digamos assim. Eu não era oficialmente um membro da banda. E isso é fundamental pra mim nesse ponto da minha vida. É por isso que, no Shadows Fall, eu sou dono de 20% da banda. Participo das decisões. Não gosto de ser apenas informado do que vai acontecer. Odeio isso. Sou capricorniano, não lido bem com esse tipo de coisa.”
Bittner explicou sua preferência por colaborar e ter participação nas bandas que integra. Refletindo sobre sua carreira, ele destacou que o Overkill foi uma das raras ocasiões em que ele foi apenas um membro contratado, sem envolvimento criativo ou administrativo.
“Na maior parte da minha carreira, desde o começo, todas as bandas ou eu fundei, ou fui peça-chave para reunir o pessoal, ou sempre foi aquele esquema de ‘um por todos e todos por um’. O Overkill foi a única banda em que toquei como ‘músico contratado’. A única exceção foi o Anthrax, mas eu era apenas um membro de turnê com eles. E o mesmo com o Prong — só turnê. Isso é bem diferente de ser, digamos, parte da banda. Até quando toquei no Flotsam And Jetsam, eu era dono de 20% da banda. Participava das decisões. Então, sete anos e meio no Overkill foi bastante tempo pra mim.”
“Durante toda minha carreira, sempre estive atento ao que estava rolando, tipo, ‘Ei, alguém está precisando de algo?’ Não que eu goste de pular de barco em barco, mas nos últimos anos eu tive bastante tempo livre. Então, tudo o que eu posso tocar, participar, fazer parte, eu topo na hora. Mas, por um tempo, com o Overkill, não era mais assim. Eu pensava: ‘Tudo bem, tá legal, não estou procurando mais nada.’ Mas, depois de um tempo, comecei a sentir: ‘Preciso de uma outra saída criativa'”, explicou Bittner.
“Por um tempo, deu certo, mas eu precisava me dedicar às bandas das quais sou realmente membro. Era isso. Eu não podia mais estar preso ao Overkill, sendo apenas o baterista deles, com um cronograma fixo tipo ‘esse é o calendário do ano, e você tem que encaixar tudo o que faz aqui’. Não dava mais.”
Bittner também comentou, com sarcasmo: “Eu sei que o Blabbermouth vai pegar isso aqui e distorcer tudo, mas o que estou dizendo é: amo os caras, fui um jogador de equipe, não queria sair, mas estava insatisfeito e precisava de algo mais.”
Apesar de sua saída, ele garantiu que não há ressentimentos entre os membros. Ele contou sobre um encontro recente com seus ex-colegas, onde foi recebido calorosamente.
“Como eu disse, não tem nenhuma animosidade. Fui ver todo mundo na última sexta-feira. O Overkill tocou aqui perto de casa. Fui até lá e bati na porta do ônibus. O Blitz abriu: ‘E aí, você vem hoje à noite?’ ‘Sim.’ ‘Beleza. Entra aí.’ Ele me deu um abraço enorme, como eu sabia que faria. Cumprimentei a namorada dele, conversei com alguns da equipe. Entrei e cumprimentei todo mundo. O D.D. veio, me deu um tapa nas costas. Não tem nada a ver com nossas vidas pessoais. Foi apenas uma questão de negócios.”
Sobre o Category 7, Bittner vê o projeto como uma nova saída criativa e uma oportunidade de equilibrar compromissos de turnê e sustentabilidade financeira. Comparando suas atividades atuais com seu tempo no Overkill, ele comentou:
“Eu sei que já estão digitando por aí: ‘Mas o Shadows Fall não faz turnê como o Overkill fazia’, blá, blá, blá. É verdade, mas lembrem-se: eu tenho outra banda, o Category 7. Entre as duas, vamos trabalhar bastante. Além disso, preciso dizer que consigo fazer cinco shows com o Shadows Fall e ganhar mais do que em 30 com o Overkill.”
Com Category 7 e Shadows Fall como seu foco principal, Jason Bittner parece estar pronto para seguir em frente. Adquira o último registro do Overkill com Bittner, Scorched, junto a outros clássicos da banda, além de bonés camisetas, bonés e acessórios, clicando aqui!
FONTE: METAL INJECTION