O dia 29 de setembro de 2023 marca a chegada de Jailbreak, quinto disco de estúdio, que marca oficialmente o início de uma nova era para a Nervosa, que agora tem a guitarrista Prika Amaral como a nova frontwoman da banda.
Longe de querer fazer comparações ou mesmo criar disputas desnecessárias, mas o novo trabalho do grupo muito mais atentou este que vos escreve do que os dois álbuns lançados pela Crypta, banda das ex-integrantes Luana Dameto e Fernanda Lira, que deixaram a banda deixando como último registro de estúdio Downfall of Humankind (200?), disco que de certa forma, serviu para que a dupla rascunhasse a sonoridade que desejariam desenvolver no futuro projeto.
Creio que a forma mais profissional e a mão de ferro de Prika ao lidar com todos os percalços que os últimos anos a proporcionara, traz a minha pessoa algo mais identificatório, do que o modo mais despojado, e por vezes caricato de Lira. Mas vale ressaltar, que minha visão se trata apenas de um ponto de vista específico, mas que em nada anula a qualidade, nem tão pouco nas conquistas obtidas pela Crypta, que a cada vez mais vem ganhando espaço no cenário nacional e internacional. É apenas uma questão de gosto e identificação.
Voltando para o novo disco, Jailbreak apresenta em 46 minutos de duração, divididos em 13 faixas, uma mistura coesa entre o Thrash Metal que pulsa nas raízes da banda, com pitadas de melodias, muito presentes nos trabalhos mais recentes de bandas como o Arch Enemy, por exemplo.
O novo trabalho ainda demonstra toda a força da parceria entre Prika e Helena Kotina, uma vez que grande parte tanto do conceito do disco, quanto das composições foram encabeçados pela dupla.
Em relação as letras, podemos dizer que Jailbreak é um grito contínuo e eruptivo que há muito tempo se encontrava sufocado. Os temas berram aos quatros cantos e plenos pulmões, mensagens de libertação de todas os sentimentos ou indíviduos que por vezes impedem pessoas como eu, ou você que agora lê, de ser aquilo que sempre desejamos. Ao mesmo tempo, o disco dissipa votos de orgulho próprio e autoconfiaça, algo bastante condizente com a ascenção de Prika aos vocais, que teve de encarar o desafio para que a Nervosa não sofresse com mais uma mudança nos vocais.
Para auxiliá-la na jornada, a grande Mayara Puertas do Torture Squad fora fundamental, tornando os guturais de Prika algo pesado e único (um bom exemplo disso ocorre em Elements of Sin, último single antes da chegada do novo trabalho),que em nada deve à Fernanda Lira ou Diva Satânica. Creio que Puertas merecia uma participação no disco, que conta com figuras como Gary Holt e Lena Scissorhands. Um dos poucos pecados cometidos pela banda no novo trabalho.
Em suma, Jailbreak é um ótimo, pesado e revigorante recomeço para uma banda tão guerreira como a Nervosa. Desejo a Prika, Helena e companhia, tudo de melhor. Que este novo disco renda bons frutos. o álbum já está disponível em todas as plataformas digitais e em versão física já disponível em nossos estoques, clicando aqui!