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Tony Iommi fala sobre a morte de Ozzy Osbourne e o último show do Black Sabbath: “Acho que ele se segurou só pra fazer aquele show”

Tony Iommi havia feito apenas uma breve declaração nas redes sociais após a morte repentina de Ozzy Osbourne, no dia 22 de julho. Mas agora, em uma nova entrevista ao ITV News em 23 de julho, ele compartilhou com mais profundidade o choque e a tristeza que tomaram conta de fãs e músicos do mundo todo.

“Foi um choque pra gente. Quando ouvi ontem, não consegui acreditar. Pensei: ‘Não é possível.’ Eu tinha recebido uma mensagem dele no dia anterior. Parecia algo irreal, surreal”, contou Tony. A reação dele refletiu o que milhões de fãs também sentiram: incredulidade diante da perda do Príncipe das Trevas.

A formação original do Black Sabbath havia se reunido em 5 de julho para uma última e emocionante apresentação na cidade natal da banda, Birmingham, no Reino Unido — o show de despedida intitulado Back to the Beginning. Segundo Tony, Ozzy já não estava bem nos ensaios. Mesmo assim, fez de tudo pra conseguir dar esse presente aos fãs.

“Acho que ele realmente se segurou só pra conseguir fazer aquele show”, revelou Iommi. “Eu e o Geezer até comentamos isso ontem — que ele se manteve firme só pra isso. E logo depois, ele fez, se despediu dos fãs… e foi o fim mesmo.” O show, que era pra ser uma despedida simbólica, acabou se tornando um adeus real — a última memória que Ozzy quis deixar para os fãs que o acompanharam por décadas.

Fazer esse último show em Birmingham significava tudo pra Ozzy. Era como fechar um ciclo para a banda que começou nas ruas industriais do West Midlands. “Ele vinha se preparando há tempos”, contou Iommi. “Estava treinando, tentando fazer o que podia pra dar conta do show. Era isso que ele queria.” Tony até sugeriu que Ozzy talvez soubesse que aquele seria seu fim. “Se ele achava que ia morrer, não sei. Mas ele queria muito fazer, e estava determinado. E conseguiu.”

A apresentação foi extremamente emocionante para todos da banda. Para Iommi, Geezer Butler, Bill Ward e Ozzy estarem juntos no palco, no lugar onde tudo começou, foi como um sonho.

“Foi muito tocante. A gente ficou: ‘Uau’. E, de repente, já tínhamos saído do palco. E ficamos pensando: ‘O que aconteceu?’” Depois do show, Ozzy ainda fez questão de se despedir. “Ele veio até a gente numa cadeira de rodas, só pra dar um tchau e bater um papo. Parecia tranquilo. Estava feliz. Disse: ‘Foi legal, né?’ E eu respondi: ‘Foi sim.’

Mas havia sinais de que ele estava fraco. Um dia antes de falecer, Tony recebeu uma mensagem: “Tô cansado, sem energia nenhuma.”

Considerando os problemas de saúde que Ozzy vinha enfrentando, só ir aos ensaios já era uma luta.

“A gente nem exigia que ele fosse todo dia, porque era demais. Ele não ia aguentar.” Mas, quando ia, dava tudo de si — cantava algumas músicas, fazia piadas, lembrava histórias antigas. Os ensaios viraram momentos de conexão e afeto, mais do que de preparação.”

Essa reunião também marcou a volta de Bill Ward à bateria, após 20 anos afastado.

“Ter o Bill com a gente de novo depois de tanto tempo… Nem acredito que se passaram 20 anos”, disse Tony. Eles aproveitaram pra relembrar o início de tudo — os perrengues, a irmandade e os momentos que ajudaram a moldar a história do rock e do metal. “A gente sempre lembra dessas coisas. Às vezes nem lembra do que fez ontem, mas lembra de tudo daquela época.”

Pensando nesse último show, Tony disse o quanto ele significou pro amigo.

“Acho que ele ficou tocado, e também frustrado por não conseguir se levantar. Você via que ele tentava. Mas aquilo significava tudo pra ele.” O show foi pensado como uma despedida grandiosa para os fãs — mas ninguém imaginava que seria o último. “A gente não esperava que ele fosse embora tão rápido. Aliás, nem esperava que fosse.”

Tony Iommi se sente grato por terem tido aquela última chance juntos no palco.

“Ainda bem que a gente fez esse show. Foi uma despedida de verdade pra todo mundo. Se não tivéssemos feito, o público não teria tido a chance de ver a banda e o Ozzy. Teria sido uma pena. Mas agora eles têm essa última lembrança do Ozzy ali com a gente, em Birmingham.”

Quando perguntaram como ele gostaria de lembrar de Ozzy, Tony se emocionou.

“Meu Deus, nossa história vem de muito antes. Eu conheci o Ozzy antes de todo mundo — estudamos na mesma escola. Ele sempre foi engraçado. Ozzy era Ozzy. Nunca vai existir outro igual. Só existe um Ozzy e pronto.”

Com carinho, ele lembrou das piadas, da imprevisibilidade e da presença de palco do amigo.

“Várias vezes falamos: ‘Ozzy, não fala besteira no palco.’ E, claro, ele ia lá e falava. Mas era engraçado. Ele fazia umas coisas malucas. E a gente ria muito.”

Ozzy Osbourne não foi só o vocalista do Black Sabbath. Ele foi o coração do Heavy Metal, um verdadeiro original. Suas contribuições pro rock e pro metal são incomparáveis. Como Tony resumiu perfeitamente:

“Ele tinha um jeito único, e era isso. Não existe outro Ozzy. Com todas as loucuras dele — a gente nunca sabia o que esperar, mesmo depois de todos esses anos.”

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FONTE: METAL INJECTION.

 

 

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