Em uma entrevista recente à rádio argentina Rock & Pop FM 95.9, o baterista do System Of A Down, John Dolmayan, voltou a comentar sobre o longo silêncio da banda no estúdio. O grupo não lança um álbum completo desde Mezmerize e Hypnotize, ambos de 2005, e Dolmayan foi bem direto ao falar sobre os motivos por trás dessa pausa criativa.
“Eu diria o seguinte: se você está satisfeito com o que tem, não precisa de mais”, explicou ele. “É como ir jantar e continuar comendo sem parar — uma hora você não vai ter mais fome. Mas se você sabe exatamente o que quer comer, se espera por aquilo e aproveita de verdade, aí sim você não vai ficar com fome.”
No estilo típico do System Of A Down, a metáfora é ao mesmo tempo poética e um pouco enigmática. Dolmayan continuou:
“Agora, se o System fizer mais música — o que não é impossível, só pouco provável depois de 25 anos — eu diria para não contar com isso. Mas se acontecer, vai ser uma surpresa legal pra todo mundo.”
Em outra conversa, dessa vez com a Ultimate Guitar, Dolmayan foi ainda mais claro sobre a possibilidade de um novo álbum:
“Não sei nem se quero isso neste momento. Tem drama demais envolvido. Eu gosto de sair, curtir com os amigos, fazer shows… e não quero que isso acabe. Teriam que existir regras bem definidas pra eu topar gravar outro disco com o System.”
As chances de uma continuação de Hypnotize parecem remotas. Desde o fim do hiato em 2011, a banda retornou aos palcos com apresentações ao vivo, mas a produção de material inédito tem sido escassa: foram lançadas apenas duas músicas ao longo de quase duas décadas.
Essas faixas — Protect The Land e Genocidal Humanoidz — saíram em novembro de 2020. E não foi uma retomada criativa que motivou isso, e sim uma crise: o conflito entre Artsakh e o Azerbaijão. A banda usou as músicas para chamar atenção e arrecadar fundos para ajuda humanitária na Armênia, terra de origem de seus ancestrais. O esforço levantou mais de 600 mil dólares, graças às doações dos fãs e à mobilização nas redes sociais.
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FONTE: METAL INJECTION.