No dia 17 de março, os membros fundadores do Katatonia, o vocalista Jonas Renkse e o guitarrista Anders Nyström, seguiram caminhos separados. Renkse decidiu continuar com a banda, enquanto Nyström partiu para outros projetos. Na época, Renkse divulgou um comunicado agradecendo a Nyström pelo tempo na banda, e parecia que tudo estava em bons termos. Mas, pelo visto, não é bem assim.
No dia seguinte, em 18 de março, Nyström publicou uma declaração deixando claro um dos principais motivos de sua insatisfação com o Katatonia nos últimos anos: a falta de espaço para as músicas antigas nos shows da banda. E ele tem um ponto – basta dar uma olhada no Setlist.fm para ver que, nos últimos anos, o Katatonia tem priorizado quase exclusivamente material lançado a partir de The Great Cold Distance (2006). Sobre isso, Nyström afirmou:
“Não consigo evitar a sensação de que as músicas do início e do meio da nossa discografia merecem ser reconhecidas da mesma forma e incluídas no repertório dos nossos shows ao vivo – o principal meio onde o passado deveria estar sempre vivo!”
Nyström foi ainda mais direto ao dizer:
“O Katatonia poderia e deveria ter sido encerrado em comum acordo, permitindo que cada um seguisse qualquer caminho sob um novo nome. Mas, como Jonas agora está se reorganizando com novos membros e seguindo sua própria direção, não preciso mais esperar para ver para onde o vento sopra. Vou me lançar nesse vazio e resgatar o que foi deixado para trás.”
Ou seja, está claro que Nyström e Renkse têm visões muito diferentes sobre o que o Katatonia deveria ser em 2025.
“É um fato: com um de nós fora, o legado do Katatonia repousa nos dois extremos da linha do tempo.
Triste, mas verdadeiro. O momento chegou para confirmar que os caminhos que Jonas e eu escolhemos para o Katatonia – e para nós mesmos – se tornaram distantes demais. Como resultado, nossa longa parceria chegou ao fim.
Fundamos o Katatonia há quase 35 anos e conseguimos levar nossa missão até aqui. Inevitavelmente, o legado da banda continuará sendo uma parte importante das nossas vidas e viverá de formas diferentes – seja pelo passado, pelo futuro ou pelos muitos capítulos entre eles.
Cada um tem suas preferências e diferentes níveis de apreço pelas fases da banda, seja o início, o meio ou os últimos anos. Mas a disposição para abraçar todas essas eras e honrar nossa história nos palcos infelizmente não foi mantida. Amo todos os nossos álbuns, mas ver nosso material mais antigo ser ignorado por tantos anos só fez crescer em mim a sensação de um ‘assunto inacabado’ com o estilo que remonta às nossas raízes. Não consigo aceitar que as músicas do início e do meio da nossa discografia sejam deixadas de lado, sem espaço nos nossos shows – que é justamente onde o passado deveria estar sempre vivo! Infelizmente, essa porta foi fechada, deixando tudo o que fizemos antes dos anos 2000 em um vácuo.
Dito isso, com um de nós seguindo outro caminho, o Katatonia poderia e deveria ter sido encerrado de forma conjunta, permitindo a liberdade de seguir em qualquer direção com um novo nome. Mas como Jonas decidiu continuar com novos membros e seguir sua própria visão, não preciso mais esperar para descobrir para onde tudo vai. Posso finalmente me lançar nesse vazio e recuperar o que foi deixado para trás. Afinal, o legado do Katatonia está presente em todas as fases da banda.
Seja como for, gostaria de agradecer ao Jonas e aos meus ex-colegas pela jornada incrível que compartilhamos ao longo de quatro décadas. Que sejam abençoados!”
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FONTE: METAL INJECTION.