A ascensão do grunge no início dos anos 90 foi um marco na indústria musical. Enquanto o som de Seattle conquistava as atenções do mainstream e moldava a cultura pop, seu sucesso interrompia o avanço de outros gêneros, especialmente o metal. Chuck Billy, vocalista do Testament, recentemente refletiu sobre esse período conturbado, compartilhando uma visão honesta sobre como o grunge impactou sua banda e o metal como um todo.
Em entrevista à Full Metal Jackie (via Loudwire), Billy falou sobre a ideia comum de que o grunge “matou” o metal, oferecendo uma visão mais equilibrada:
“Tem gente que diz que matou o metal. Eu não sei se matou o metal. Acho que para algumas bandas — e só posso falar por nós — acabou com o nosso momento.”
Para o Testament, o timing foi particularmente frustrante. A banda começava a ganhar destaque significativo no rádio, ultrapassando a barreira dos programas noturnos de rádio universitário que costumavam ser o espaço do metal.
“Naquela época, estávamos tendo espaço no rádio, o que significava metal tocando em horários de pico, como no trânsito, algo incrível para nós, tanto na época do Practice What You Preach quanto do Souls of Black. Eram, sei lá, umas centenas de estações pelo país tocando metal no horário de pico. Não era mais só aquele programa da meia-noite no rádio universitário. O metal estava ganhando espaço, até para estilos mais extremos.” explicou Billy.
No entanto, conforme o grunge se tornava um fenômeno cultural, o momento do metal começou a se apagar. Isso forçou o Testament a repensar sua abordagem musical e sua carreira:
“Não nos destruiu, mas mudou nossa perspectiva ao ver o que estava acontecendo com as outras bandas. O nosso momento desacelerou, e tivemos que mudar de estratégia e voltar às nossas raízes,” lembrou Billy.
Ao invés de seguir tendências ou tentar emular as grandes bandas do grunge, o Testament tomou outro caminho. Decidiram abraçar seu som original — mais pesado, agressivo e autêntico. Essa volta às origens acabou solidificando sua identidade e garantindo a lealdade dos fãs.
“Já não era mais sobre compor uma música que tivesse espaço no rádio, porque o cenário estava mudando. E, claro, não íamos tentar ser o Soundgarden ou o Pearl Jam. Então, voltamos ao que sabíamos fazer.
Vamos voltar a escrever músicas mais pesadas e agressivas. Voltar ao que conhecemos, ao que amamos, e nos manter fiéis a isso. Acho que foi a escolha certa, porque hoje em dia conversamos com fãs que nos agradecem por continuarmos sendo o Testament. E isso é um baita elogio.”
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FONTE: METAL INJECTION